Só não digo que sou cego, porque tenho dois olhos sãos, com a graça de Deus. Mas é um dilema conflituoso…
Meu nariz sente o cheiro gostoso das flores, o cheirinho quente do cafezinho, mas meus olhos não podem vê-los (os cheiros).
Minha língua sente o gosto de uma laranja, de um saboroso bolo ou de outro bem preparado alimento; mês olhos veem todos os alimentos que como, mas não vejo como eles são. Nunca fui tomate, abobrinha ou batata. Como então saber como é ser um deles?
Meus ouvidos escutam passos. Ouço-os até de muito distante. Tenho uma boa audição. Mas meus olhos não podem ver o que os ouvidos ouvem… Escuto minhas aflições, meus dilemas, escuto o meu coração a bater, escuto quando eu mesmo caminho. Mas não posso ver nada disso, nem mesmo meus passos. Pois, não consigo ver nem a mim mesmo.
Minhas mãos te tocam, meus lábios te beijam, meu corpo inebria em você. Sinto o vento em meus cabelos, e ate se você está ao meu lado sou capaz de te sentir, mas não te vejo.
Meus olhos estão tapados, vendados para eu não ver o mundo com sentimento de destruição. São cinco sentidos inexatos, confusos, impróprios, relevantes, surpresos… que me levam a sentir.
Deixam-me sentir apenas o que eu quero. Apenas o que eu posso sentir.
Sentimento do Mundo, de Carlos ou Cecília… Sentimentos meus que só sinto porque humano sente. E se consente e porque sente, a vida não mente.
Danilo Vizibeli
Escrito em 22 de outubro de 2003.
Cinco sentidos e sentimentos
O que você achou do texto Renata? O seu comentário não denota o que você achou. Então você acha que eu tenho 5 sentimentos ou todos nós os temos. Quais seriam esses sentimentos?
Acredito que conceitualmente ele faz uma alusão as pessoas de hoje em dia, que nada mais são do que extensão de muita tecnologia, mas no seu âmago traz a essência que o consome ou o motiva: amor!!!! como toda romântica, acredito que só através dele podemos reestabelecer todo tipo de contraste.
Se fui genérica, me perdoa!!!
Gostei do seu comentário Renata. Nada de genérico. É isso mesmo os “meus olhos” querem fazer alusão aos olhos da alma, a essência sublime de bondade que cada ser carrega em si: o amor. Pois posso não ver, posso não ter explicações concretas para os meus sentimentos, mas eles fazem parte do meu ser e do meu ser-amor. Portanto, quando não se vê, se escuta, se sente, se cheira, os sentidos se completam e a concretude não existe.